PF faz buscas contra desembargador suspeito de manter trabalhadora com deficiência auditiva em condição de escravidão por 20 anos

Segundo o MPF, vítima residia na casa e executava tarefas domésticas. Ela não tinha carteira assinada e sofria maus tratos.

PF faz buscas contra desembargador suspeito de manter trabalhadora com deficiência auditiva em condição de escravidão por 20 anos

O desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina Jorge Luiz Borba é alvo de buscas nesta terça-feira (6) em uma operação que apura suspeita de trabalho análogo à escravidão. O mandado é cumprido na casa do magistrado, em Florianópolis.

A defesa de Borba não foi encontrada até a última atualização desta reportagem. O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) foi procurado mas não havia se manifestado.

 

 

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Borba e a esposa são suspeitos de manter uma mulher com deficiência auditiva como empregada doméstica por 20 anos sem carteira assinada.

 

 

 

Há indícios de prática criminosa, conforme o MPF, e relatos de trabalho forçado, jornadas exaustivas e condições degradantes.

 

"Além disso, a trabalhadora seria vítima de maus tratos em decorrência das condições materiais em que vive e em virtude da negativa dos investigados em prestar-lhe assistência à saúde", informou o MPF.

 

Borba foi nomeado desembargador em 2008.

A informação sobre a operação e a identidade do desembargador foram divulgadas inicialmente pela jornalista Camila Bomfim, da Globonews.

As diligências são acompanhadas por agentes do Ministério do Trabalho e dos ministérios Público Federal e do Trabalho. Na decisão que determinou a medida cautelar, já foi autorizado o resgate da trabalhadora e a emissão das guias para a quitação das verbas trabalhistas devidas.

Fonte https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2023/06/06/pf-faz-buscas-na-casa-de-desembargador-em-sc-suspeito-de-envolvimento-em-trabalho-escravo.ghtml