Zezé Motta celebra 80 anos com primeiro monólogo

Uma das principais atrizes brasileiras celebra 80 anos se aventurando pela primeira vez em um monólogo. Zezé Motta sobe ao palco para dar vida ao espetáculo Vou fazer de Mim um Mundo que, depois de temporadas com lotação esgotada em Brasília e Belo Horizonte, fica em cartaz até o dia 5 de outubro no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. A obra é uma livre adaptação do best seller Eu Sei Porque o Pássaro Canta na Gaiola, da escritora, poetisa e ativista americana Maya Angelou. No texto, ela retoma experiências infantis e aborda a segregação, o abandono, a violência e seu total silenciamento, só interrompido através do contato com a literatura. Zezé Motta percorreu uma trajetória inspiradora em suas quase seis décadas de carreira. Gravou 14 discos e fez mais de 100 personagens na TV e no cinema. É considerada uma referência para gerações de mulheres negras na luta por espaço, expressão e oportunidades. Elissandro de Aquino, dramaturgo e diretor do espetáculo, fala sobre o desafio de trabalhar com uma atriz tão consagrada: "A Zezé  realmente dá medo, é uma diva, aluna de Maria Clara Machado, foi dirigida por Marília Pêra, nossa eterna Xica da Silva, entretanto ela tem uma humildade, um desejo de aprender, ela tem uma educação com a figura do diretor, que realmente são coisas raríssimas, o processo todo foi muito bonito e muito desafiador para ela". O diretor também explica que esse é mais dos trabalhos que realiza de adaptação de textos literários: “Esse é o quinto trabalho que eu faço, que dialoga literatura com teatro. Primeiro foi Cervantes, foi um infantil. Depois eu fiz um encontro poético de Cecília Meirelles com Fernando Pessoa, esse encontro nunca aconteceu na vida real, foi só na ficção que a gente os aproximou. Depois Carolina Maria de Jesus, O Quarto de Despejo, Pequena Coreografia do Adeus, Aline Bei, e agora o quinto, Eu Sei Porque o Pássaro Canta na Gaiola, da doutora Maya Angelou. Na verdade, quando eu já estava à procura de algum texto que trouxesse essas questões e foi nela que encontrei tudo que eu queria esboçar, que eu queria falar”. Ele reforça ainda a importância da autora Maya Angelou: “Doutora Maya Angelou é um fascínio na minha vida, quando eu a descobri eu realmente fiquei apaixonado pelo poder. E quando eu digo pelo poder, eu não me refiro apenas à literatura dela e à obra dela. Ela escreve lindamente, mas é uma daquelas mulheres que veem a vida com uma predisposição ao sim, com uma coragem de enfrentar os desafios da vida sorrindo para eles, mas sem enfraquecer e sem se esmorecer diante das dificuldades. Ela foi uma ativista, ela foi amiga de doutor Malcom X e do Luther King, então você imagina o que essa mulher não aprendeu convivendo com esses homens tão grandes e se tornando também uma mulher grande. Uma das mulheres mais importantes certamente do século”. O monólogo Vou fazer de Mim um Mundo tem apoio do Ministério da Cultura e Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Os ingressos custam R$ 30, com meia-entrada, e são vendidos no site bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB Rio. A classificação indicativa é 16 anos!   4:35

Setembro 15, 2025 - 13:44
Zezé Motta celebra 80 anos com primeiro monólogo

Uma das principais atrizes brasileiras celebra 80 anos se aventurando pela primeira vez em um monólogo. Zezé Motta sobe ao palco para dar vida ao espetáculo Vou fazer de Mim um Mundo que, depois de temporadas com lotação esgotada em Brasília e Belo Horizonte, fica em cartaz até o dia 5 de outubro no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.

A obra é uma livre adaptação do best seller Eu Sei Porque o Pássaro Canta na Gaiola, da escritora, poetisa e ativista americana Maya Angelou. No texto, ela retoma experiências infantis e aborda a segregação, o abandono, a violência e seu total silenciamento, só interrompido através do contato com a literatura.

Zezé Motta percorreu uma trajetória inspiradora em suas quase seis décadas de carreira. Gravou 14 discos e fez mais de 100 personagens na TV e no cinema. É considerada uma referência para gerações de mulheres negras na luta por espaço, expressão e oportunidades.

Elissandro de Aquino, dramaturgo e diretor do espetáculo, fala sobre o desafio de trabalhar com uma atriz tão consagrada:

"A Zezé  realmente dá medo, é uma diva, aluna de Maria Clara Machado, foi dirigida por Marília Pêra, nossa eterna Xica da Silva, entretanto ela tem uma humildade, um desejo de aprender, ela tem uma educação com a figura do diretor, que realmente são coisas raríssimas, o processo todo foi muito bonito e muito desafiador para ela".

O diretor também explica que esse é mais dos trabalhos que realiza de adaptação de textos literários:

Esse é o quinto trabalho que eu faço, que dialoga literatura com teatro. Primeiro foi Cervantes, foi um infantil. Depois eu fiz um encontro poético de Cecília Meirelles com Fernando Pessoa, esse encontro nunca aconteceu na vida real, foi só na ficção que a gente os aproximou. Depois Carolina Maria de Jesus, O Quarto de Despejo, Pequena Coreografia do Adeus, Aline Bei, e agora o quinto, Eu Sei Porque o Pássaro Canta na Gaiola, da doutora Maya Angelou. Na verdade, quando eu já estava à procura de algum texto que trouxesse essas questões e foi nela que encontrei tudo que eu queria esboçar, que eu queria falar”.

Ele reforça ainda a importância da autora Maya Angelou:

“Doutora Maya Angelou é um fascínio na minha vida, quando eu a descobri eu realmente fiquei apaixonado pelo poder. E quando eu digo pelo poder, eu não me refiro apenas à literatura dela e à obra dela. Ela escreve lindamente, mas é uma daquelas mulheres que veem a vida com uma predisposição ao sim, com uma coragem de enfrentar os desafios da vida sorrindo para eles, mas sem enfraquecer e sem se esmorecer diante das dificuldades. Ela foi uma ativista, ela foi amiga de doutor Malcom X e do Luther King, então você imagina o que essa mulher não aprendeu convivendo com esses homens tão grandes e se tornando também uma mulher grande. Uma das mulheres mais importantes certamente do século”.

O monólogo Vou fazer de Mim um Mundo tem apoio do Ministério da Cultura e Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Os ingressos custam R$ 30, com meia-entrada, e são vendidos no site bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB Rio. A classificação indicativa é 16 anos!
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